Essa é a 1ª vez que número representativo de cardeais analisa com Bento 16 os escândalos sexuais; reunião ocorre a portas fechadas
Milhares de menores foram vítimas de abuso sexual em instituições da Igreja Católica da Holanda entre 1945 e 2010, de acordo com um relatório de uma comissão investigadora independente divulgado nesta sexta-feira.
De acordo com o relatório, os casos de abuso sexual eram “conhecidos pelas ordens religiosas e pelas dioceses da Igreja Católica holandesa”, que não “tomou atitudes adequadas”.
Após a divulgação do relatório, os bispos holandeses emitiram um comunicado lamentando o escândalo. "Nos compadecemos das vítimas e apresentamos a elas nossas sinceras desculpas", afirmou.
A comissão disse ter recebido cerca de 1,8 mil denúncias de abuso em escolas, seminários e orfanatos católicos, e estimou que entre 10 mil e 20 mil menores tenham sofrido algum tipo de abuso sexual.
Depois, realizou uma pesquisa com 34 mil pessoas – católicas ou não – para avaliar a situação em todo o país. O resultado foi a estimativa de que uma em cada cinco crianças holandesas sofreram algum tipo de abuso sexual.
O relatório identificou 800 padres, pastores e outras pessoas ligadas à Igreja como suspeitos de cometer abuso. Pelo menos 105 delas ainda estão vivas, mas não está claro se ainda ocupam cargos na Igreja.
A comissão Deetman, criada no ano passado e presidida pelo ex-ministro Wim Deetman, também é integrada por um juiz, um psicólogo e três professores universitários.
No dia 9 de março de 2010, a conferência episcopal holandesa havia expressado seu desejo de que fosse realizada uma investigação "ampla, externa e independente" sobre os abusos sexuais cometidos por membros da Igreja.
No mês passado, a Igreja Católica na Holanda criou um sistema de indenizações entre 5 mil e 100 mil euros (R$ 12 mil – R$ 240 mil), dependendo da gravidade do abuso sofrido.
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As revelações de casos de estupro e espancamento cometidos por membros de ordens religiosas e por padres no passado afetaram o papel dominante da Igreja Católica na Irlanda.
Nos últimos meses foram divulgados outros casos de abusos por parte da direção nos Estados Unidos, Alemanha, Áustria, Holanda, Bélgica, Reino Unido e Itália. Bento 16 pediu perdão às vítimas em várias ocasiões e declarou que os culpados deverão responder perante Deus e as leis civis.
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