Deu no G1:
O vereador Odelmo de Moura Rodrigues, que preside a Câmara Municipal de Assu, cidade distante 207 quilômetros de Natal, alega estar sendo vítima de perseguição política como justificativa para as acusações de homicídios que lhe são atribuídas pela Polícia Civil e Ministério Público. O político foi detido na noite da última quinta-feira (30) sob a acusação de chefiar uma quadrilha responsável por cometer cerca de 20 assassinatos na região do Vale do Açu, no Oeste potiguar.
Na manhã deste segunda-feira, Odelmo concedeu entrevista exclusiva ao G1. “Como é que um homem que chefia uma quadrilha anda tão tranquilo e desarmado pela rua como eu?”, disse ele, questionando as acusações.
Odelmo também é suspeito de ter encomendado a morte do deputado estadual Nélter Queiroz e, além disso, de ter mandado matar dois homens que ele próprio teria contratado e que teriam se negado a executar o crime.
Odelmo de Moura está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) do conjunto Pirangi, na zona Sul de Natal. Mesmo tendo direito de ficar alojado em cela especial, por ser vereador, ele está encarcerado com outros 19 detentos. Durante a entrevista, Odelmo alegou inocência em todos os crimes atribuídos a ele pela Polícia Civil ao longo das investigações que culminaram com a prisão de várias pessoas no Oeste do Rio Grande do Norte durante a operação denominada “Mal Assombro”, deflagrada em conjunto com o Ministério Público no último dia de maio deste ano.
Durante a operação, Odelmo foi um dos detidos. Com ele foram apreendidas três armas: um rifle, uma carabina e uma arma de fabricação caseira que o acusado afirma ter herdado do avô. Depois de pagar fiança no valor de 30 salários mínimos, ele foi liberado.
De acordo com o advogado Antônio Carlos de Souza Oliveira, as armas foram periciadas e não se identificou que elas tivessem deflagrado qualquer disparo.
Morte do deputado
Com relação à suposta encomenda da morte do deputado Nélter Queiroz, o vereador Odelmo Rodrigues diz que a acusação não procede, e que não tem problemas contra o deputado, a não ser divergências políticas. “O único problema que tive com ele foi político, quando em época de eleição ele foi a Assu subir no palanque contra mim”, explicou o vereador.
Depois de ser ouvido pela polícia quando foi preso em meio, Odelmo também afirmou que se encontrou com o deputado e os dois conversaram. “Ficou tudo bem entre nós”, acrescentou.
Odelmo de Moura possui mandato na Câmara de Assú desde o ano 2000. Este ano ele é candidato à reeleição pela terceira vez. “Estou tranquilo porque não fiz nada. Tenho certeza que vou retornar para a minha casa e para a campanha”, disse ele.
O advogado Antônio Carlos conta que vai entrar com um pedido de habeas corpus, solicitando a soltura do cliente. Ele já requereu a transferência do vereador para o quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no bairro do Tirol. O pedido será apreciado pela Justiça e, caso seja aceito, Odelmo pode ser transferido para a Sala de Estado Maior ainda nesta segunda-feira (3).