Vereadora pediu dinheiro do prefeito para votar contra cassação.
Ela disse à polícia que queria provar que prefeito era corrupto.
A vereadora teria pedido R$ 100 mil ao prefeito, desde o ano passado, para barrar a instalação de um processo de impeachment contra ele. Em depoimento à equipe de policiais do NIP, na delegacia de Salinópolis, Curi afirmou que já havia pago R$ 25 mil à vereadora para que ela não levasse adiante o processo de cassação dele - presidido por ela. A sessão para decidir sobre a abertura do processo está marcada para a próxima quinta-feira, na Câmara Municipal de Salinópolis.
Orientado pela polícia, o prefeito teria armado uma “casinha” para a vereadora e prometeu entregar, ontem de manhã, os R$ 75 mil que faltavam para completar a soma de R$ 100 mil. O sobrinho do prefeito chegou de carro, na orla da praia do Maçarico, um dos principais pontos turísticos de Salinópolis e local do encontro com a vereadora. Ela teria se aproximado a pé do carro, junto com a assessora.
Logo após receber o dinheiro num pacote de papel, a vereadora foi presa pela equipe do NIP, que filmou toda a ação na orla. De lá, ela foi conduzida, junto com a assessora, para a Delegacia de Salinópolis. Um advogado e um homem identificado apenas por “Edinho” também estariam envolvidos na extorsão do prefeito.
A operação policial que resultou na prisão em flagrante da vereadora Jamili estava sendo planejada há cerca de dois meses, sob o comando dos delegados Cláudio Galeno e Christian Lima, do NIP. A investigação começou logo após a denúncia feita pelo prefeito à Promotoria de Justiça de Salinópolis, que a encaminhou à Delegacia Geral da Polícia Civil.
O delegado Christian Lima lavrou flagrante contra as duas pelos crimes de extorsão, corrupção passiva e formação de quadrilha. Elas devem ser transferidas para o Centro de Recuperação Feminino (CRF), no bairro do Coqueiro, em Ananindeua.
Segundo a polícia, em seu depoimento, a vereadora teria justificado o recebimento do dinheiro sob a alegação de que pretendia “desmascarar o prefeito”. A quantia teria sido aceita para que o dinheiro fosse mostrado durante a sessão de quinta-feira como prova dos supostos “atos de corrupção” cometidos pelo prefeito.
O PARTIDO
O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, João Batista, afirmou, ontem à noite, que não conseguiu falar com a vereadora “para saber o que de fato aconteceu”. Segundo ele, nem os representantes do PT no município conseguiram ter acesso a ela na delegacia e que só a um advogado, que já havia sido providenciado, seria permitido falar com a parlamentar. “Nós estamos aguardando para entender o que, de fato, aconteceu para tomar as providências”, afirmou João Batista. Ele disse que espera ter a situação esclarecida na manhã de hoje. (Diário do Pará)
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