Carla Ubarna relata em depoimento o começo de tudo, como surgiu o convite para chefiar setor no TJ:
- Em 2007 no dia 17 de janeiro de 2007, eu estava veraneando (nessa hora ela aperta e fecha os olhos) quando recebi ligação do advogado Felipe Cortez perguntando se eu queria assumir o cargo de
chefe da divisão de precatórios do Tribunal de Justiça. Só que essa nomeação já estava feita e eu não sabia. Tanto que já tinha sido publicada no próprio dia 17. Eu disse que, com certeza, já que meu cargo era de chefe de seção, passaria a chefe de divisão e ganharia mais. Ele, em contato comTatyanne (Cruz, filha do desembargador Osvaldo Cruz), me chamou para conversar e pediu pra assumir o cargo dia 18.”
chefe da divisão de precatórios do Tribunal de Justiça. Só que essa nomeação já estava feita e eu não sabia. Tanto que já tinha sido publicada no próprio dia 17. Eu disse que, com certeza, já que meu cargo era de chefe de seção, passaria a chefe de divisão e ganharia mais. Ele, em contato comTatyanne (Cruz, filha do desembargador Osvaldo Cruz), me chamou para conversar e pediu pra assumir o cargo dia 18.”
Depoimento de Carla Ubarana sobre envolvimento do desembargador Osvaldo Cruz:
- “O desembargador Osvaldo perguntou qual era a forma que a gente podia trabalhar com esse R$ 1,6 milhão. Eu disse que podia usar o mesmo processo e pagar em duplicidade. Trabalhar significa retirar verba, usar, desviar verba em benefício próprio. A gente poderia usar a mesma numeração, mas não poderia parcelar da mesma forma. Eu usei a conta de George (Leal) para receber o primeiro cheque do dr. Osvaldo e não poderia ter uma repetiação na mesma conta dele. Foi aí onde entrou o pedido: Eu disse: ‘George, a saída de dinheiro acertada com dr. Osvaldo é muito grande. em razão disso eu não posso trabalhar com uma conta só. Vou precisar processo que está sendo pago e altera a origem, entendeu?’ Nada registrado no sistema, não precisava. O controle da conta corrente era meu, então não precisava prestar conta, era resolvido entre eu e ele.”
Carla Ubarana declarou que o suposto pagamento aos desembargadores citados no esquema dos precatórios era feito no próprio Tribunal de Justiça:
- “Eu levava a parte para entregar todo final de tarde no TJ, envelope pardo amarelo em notas de 100 reais para fazer o menor volume possível. Teve momento de encontro, momento dele na minha sala. No fi nal de dezembro, o desembargadorRafael foi na minha sala perguntando do porquê do atraso. Estavam tão acostumados a fazer toda semana, toda semana, mas eu não podia fazer toda semana porque tinha que deixar o dinheiro rendendo na conta para tirar e não fazer falta. Eu tinha que ter dinheiro para pagar todos os credores da vez”.
Além dos desembargadores, a ex-funcionária do TJ Carla Ubarana citou também o suposto envolvimento da filha do desembargador Osvaldo Cruz no esquema:
- “Vim saber também agora no final que Tatiana Cruz recebia dinheiro dos precatórios. Quando houve a criação dessa inspeção ela disse: ‘Carla, você atrapalhou minha vida. Um recurso que eu recebia do precatório de R$ 20 mil, eu pagava um acordo que tinha feito junto à Receita Federal’. Eu até questionei: ‘como se eu nunca lhe paguei nenhum precatório?’ (Ela disse) ‘mas eu recebia, eu recebia de pessoas’. Sei que ela recebe porque ela me disse que recebia, mas quem é a parte, eu não sei.”
Do Novo Jornal
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